Carolina Bernardini Antoniazzi (CAPES)
Doutoranda em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP)
São Paulo, Brasil
carolina.antoniazzi@usp.br
Resumo
Este artigo propõe a análise do corpo gestante através da fenomenologia. Abordaremos este tópico primordialmente a partir da filósofa Jane Lymer. Ainda que a experiência da gestação possa ser muitas vezes alienante para o sujeito que a vivencia, entendemos que, por meio do que a autora propõe como a fenomenologia da gravidez, é possível que se desvele as características próprias de tal experiência, como ambiguidade, reciprocidade e reversibilidade, restituindo agência e protagonismo ao sujeito. Para que tal análise seja possível, Lymer baseiase na filosofia de Merleau-Ponty e seus conceitos de corpo próprio e carne. É no encontro com as estruturas sociais de raça, gênero e classe que o corpo gestante é diminuído em sua capacidade de agir livremente. Considerar a densidade e complexidade que Lymer apresenta a partir de sua análise, implica em reconhecer um alargamento no pensamento filosófico. Com o intuito de oferecer uma nova perspectiva para a experiência gestante, e possivelmente novos horizontes de possibilidades dentro de outra narrativa, é que pretendemos abordar este tema. Palavras-chave: corpo gestante, fenomenologia, gravidez, Jane Lymer.
Abstract
This article proposes an analysis of the pregnant body through phenomenology. We will approach this topic primarily from the philosopher Jane Lymer. Even though the experience of gestation can often be alienating for the subject who experiences it, we understand that through what the author proposes as the phenomenology of gravidity, it is possible to reveal the characteristics specific to such an experience such as ambiguity, reciprocity and reversibility, restoring agency and protagonism to its subject. In order to make such an analysis possible, Lymer calls upon Merleau-Ponty theory and its concepts of one’s own body and Flesh (Chair). It is in the encounter with social structures of race, gender and class that the pregnant body is diminished in its ability to act freely. To consider its density and complexity as Lymer presents it in her analysis, implies that we recognize an enlargement of the philosophical thought. Aiming to offer a new perspective to the gestating experience, and possibly new horizons of possibilities within other narrative, we intend to approach this topic.
Keywords: pregnant body, phenomenology, gravidity, Jane Lymer.
